O domingo de ontem mostrou-se um dia bastante escuro para a Esquerda.
Lá por fora, Nicolas Sarkozy venceu as eleições presidenciais em França, ultrapassando, na segunda volta, a candidata da Esquerda, Ségolène Royal.
O candidato conservador obteve mais de 53% dos votos.
Ségolène prometeu continuar do lado dos franceses e ficar "atenta" às políticas que irão ser tomadas pelo novo Presidente.
Apesar de tudo, creio que a derrota não terá sido assim tão amarga. Ségolène mostrou bom perder e Sarkozy mostrou respeito pela adversária política. Esperemos que consiga ajudar a solucionar a questão dos imigrantes, tal como prometeu, e que a sua eleição seja uma lufada de ar fresco na economia francesa que tem dado sinais de declínio.
Infelizmente, não foi possível virar a presidência da França à esquerda. Também não foi desta vez que, em França, uma mulher foi eleita, pela primeira vez, Presidente da República.
Por cá, Alberto João Jardim foi reeleito Presidente do Governo Regional da Madeira.
Que Jardim seria reeleito já todos sabíamos. A derrota pesa, isso sim, pela expressividade que atingiu. Veja-se que João Jardim obteve mais de 64% dos votos.
Pior, o PS (com Jacinto Serrão enquanto candidato) caiu 12% desde 2004. Há que tirar ilações destes números. Em primeiro, Jardim não obteve esta vitória (a sua segunda maior de sempre) com a "obra-feita" de que falou Marques Mendes. Terá então sido pelo descontentamento com a Lei das Finanças Regionais? Possivelmente. A Justiça e a Solidariedade nacional são pontos muito importantes quando são outros, que não nós, a serem Justos e Solidários.
Jardim terá sido ajudado pela forte, ilícita, agressiva e suja campanha que fez. Nada a que não estejamos habituados. Terá sido ajudado também pela fraqueza do PS em se afirmar positivamente naquela Ilha. E terá sido ajudado pela promulgação da Lei das Finanças Regionais (que prevê cortes orçamentais para a Madeira).
De qualquer forma, o PS já afirmou que não alterará uma vírgula à Lei das Finanças Regionais.
Por isso o eleitorado madeirense escolheu Jardim, mas não me importo. Se for esse o preço a pagar por um país mais fraterno, mais solidário, mais justo e com uma riqueza mais igual e mais distribuída, não me importo.
Afinal, o domingo até nem foi assim tão mau.