No último "Sentenças" antes das eleições de 15 de Julho, decido elaborar uma pequena análise sobre cada um dos 12 candidatos às eleições à CML.
Da vice-presidência do PPM, surge Gonçalo da Câmara Pereira como candidato. É fadista e participou na Quinta das Celebridades. Tenta aproveitar-se dessa onda vinda da fábrica de sonhos chamada televisão para ganhar dividendos, mas os eleitores sabem perfeitamente que a Monarquia não voltará mais, ainda que apreciem um belo fado vadio.
José Pinto Coelho, do PNR, candidata-se dando primazia à segurança. O seu principal objectivo é uma Lisboa segura. E sem imigrantes, já agora. Trata-se da continuação da tentativa de crescimento que o PNR tem feito nos últimos tempos. Mais visibilidade, mais apoiantes, mais crescimento.
Telmo Correia é o candidato do CDS-PP. É um bom candidato, tendo em conta as possibilidades do próprio partido. Contudo, os que votarem nele são os que votam sempre no PP. Não acredito que consiga "ganhar" muitos votos. Garantir um veredor seria uma vitória.
Manuel Monteiro é o rosto do PND. Foi líder do PP e levou-o a um excelente resultado nas legislativas de 1995. Fundou o PND por ruptura com Paulo Portas. Atribui importância ao fim das empresas municipais e à segurança da cidade. Os eleitores que pudessem votar nele seriam os que normalmente votam CDS-PP mas não acredito que lhes consiga tirar votos.
Do PSD candidata-se Fernando Negrão. É, na minha opinião, quem tem vindo a fazer a campanha mais negativa. Na televisão apareceu mal, os outdoors são de péssimo gosto e autênticos "tiros no pé", até porque se em Lisboa não manda o Governo, também certamente a capital não será comandada por Setúbal.
Pedro Quartin Graça acaba por ser um candidato confuso. Historica e pessoalmente surge ligado à direita (PSD e PPM) mas candidata-se pelo MPT, partido com preocupações ambientais, o que tradicionalmente seria uma clara bandeira da esquerda. Tem um blog onde assina com o seu nome, responde a comentários e coloca o seu número de telemóvel. Aplaudo.
Como independente candidata-se Carmona Rodrigues, presidente cessante da Câmara Municipal de Lisboa. Os casos EPUL e Bragaparques foram escândalos ligados ao seu nome e o segundo levou-o mesmo a ser constituído arguido. Mesmo assim recandidata-se. O povo português esquece muito depressa, mas também não tão depressa.
Também como independente, candidata-se Helena Roseta. Entregou o seu cartão de militante do PS para integrar esta disputa. É uma candidata admirável e admirada. Conseguirá um resultado de respeito.
À esquerda surge Garcia Pereira como candidato do PCTP-MRPP. Advogado reconhecido, candidata-se às mais variadas eleições. Admiro a sua capacidade de trabalho e espírito de luta mas os políticos têm que aprender quando e onde parar. Devia ter ficado em casa.
José Sá Fernandes aparece indissociado ao combate à corrupção. Para outros não passa de um aproveitador que atrasou o túnel do Marquês e causou prejuízo à Câmara. É claramente um candidato amado por uns e odiado por outros.
Da CDU surge a candidatura de Ruben de Carvalho, ex-vereador da CML. Tem o apoio do comunistas mas não se consegue destacar dos outros candidatos. Fraco.
António Costa é o candidato do PS. Deixou o Governo para integrar esta luta. É a cara do rigor, da seriedade e da rectidão. Vem para trabalhar e trabalhar bem, estou certo. Tem provas dadas e as pessoas acreditam nele. Há dias, no metro, entregaram-me um jornal da sua candidatura. Excelente forma de chegar às pessoas. Grande senhor, o melhor candidato. Lisboa só tem a ganhar... e bem precisa.