Há algumas semanas atrás...
Acordei cedo nesse domingo. Queria encontrar um barbeiro aberto, antes que fechasse para descanso. Saí de casa. O da minha rua estava encerrado. "Este fecha ao domingo", pensei. Corri outro e outro. Mais um. Todos fechados. Sonolento e despenteado, volvi a casa.
Uma semana depois, houve o SLB-FCP, que começava às 20h15m. Desejava aproveitar sair às 20h do trabalho nesse dia e percorri, então, as ruas de Arroios, sem encontrar um único café aberto. Desci aos Anjos. Nada. "Como é possível que no centro de Lisboa, à hora de jantar, não encontre um único sítio onde possa ver o jogo e gastar alguns euros?", indaguei. Frustrado, apressei-me para o metro, decidido a, posteriormente, atravessar o rio, convicto que na minha vila de Corroios houvesse um café aberto.
Enquanto percorria uma rua no Areeiro, avistando já o comboio que iria apanhar, passei por uma pequena porta aberta, de onde audíveis vozes se projectavam no ar. "Uma tasca! Aberta!". Entrei, vi o jogo, paguei e saí.
Parece quase incompreensível. Não será ao domingo que existe uma maior disponibilidade das pessoas para saírem, utilizarem serviços e comprarem produtos? E essa maior procura também não favorecerá os comerciantes? Não será também com um constante fluxo de capitais que pode a economia crescer? E se Lisboa é uma capital Europeia, como é que correndo Arroios, Anjos e Areeiro, só encontrei uma pequena taberna aberta? E como é que num domingo de manhã não encontrei um único barbeiro a trabalhar, nos subúrbios da capital?
Perante estas duas situações apetece-me perguntar: "Ócio português ou obrigatoriedade dos estabelecimentos em encerrar ao domingo?" Embora desconheça a lei neste sentido, há vários estabelecimentos que estão abertos todos os dias.
Estranho, não? É que se a lei é igual para todos...