Domingo, 16 de Julho de 2006

Desconforto?

Como estão a sentir-se as bases?
DN
publicado por NES-FDL às 12:16
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1 comentário:
De PedroSilveira a 17 de Julho de 2006
O próximo Congresso do PS, dado como certo a intocabilidade da liderança, ode ser no entanto mais agitado em termos politicos do que se espera. Isto porque mais que nunca está colocada em causa uma das coisas que sempre defendi: a separação da função de Primeiro-Ministro da de Secretário geral do partido.

No fundo percebo a questão: daria uma quezília complicada e de muito má imagem para o partido e de enorme prejuízo para o país se um Primeiro-Ministro se visse algo desapoiado pelo seu partido por um Secretario geral seguir uma agenda própria e não fazer um "apoio cego" ao Governo. No entanto, como em tudo em política, necessita-se de bom senso e de responsabilidade institucional. Isso bastaria para evitar a situação extrema que descrevi.

É que vejamos a situação em termos práticos: alguém imagina o tempo que restará ao Primeiro-Ministro entre a gestão do país, a União Europeia e as visitas institucionais, os debates parlamentares, etc? Que tempo para o partido? Nenhum! É que estar à frente de uma máquina partidária como é o PS não é fácil e mesmo que Sócrates se rodeie das pessoas necessárias e de sua confiança para acalmar o aparelho a verdade é que, pouco a pouco, as estruturas locais, os militantes de base afastam-se de um partido que, acomodado ao poder, ao colo do Governo, vai vivendo da defesa de um Governo que por vezes nem segue a sua linha ideológico-doutrinária.

Agora em termos políticos: será saudável ver o Primeiro-Ministro de Portugal em campanha para o Congresso do PS? Ou a visitar a Federação do Algarve ou a Secção de Freixo de Espada à Cinta? Penso que não. Não por desconfiar que José Sócrates não sabe diferenciar perfeitamente as duas funções, mas por não achar correcto que isso aconteça e, principalmente, por isso não ter necessariamente de acontecer.

Depois temos de relembrar que até há bem pouco tempo Jorge Coelho presidia a uma espécie de órgão controlador do aparelho do PS e que, demitindo-se, José Sócrates chamou a si essa função. Há quem especule sobre tudo isto ter ligações com a candidatura de Coelho em Sintra, onde tinha a derrota garantida e a descredibilização à porta. O problema é que Sócrates ao fazê-lo, se realmente foi sua intenção, conseguiu afastar o problema de eventuais assaltos de poder mas trouxe com isso um grande problema, que é o de não ter ninguém que consiga contactar tão bem com o aparelho do PS, sendo que ele, pelas razões apontadas o não consegue fazer enquanto Primeiro-Ministro.

Esta é uma situação delicada e que gostaria de ver debatida em Congresso. Independentemente de voltar a ser eleito delegado ao Congresso do PS, espero que de lá saia mais que um grito uníssono ao Governo, uma reflexão interna que só beneficiará Portugal.

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