José Sócrates referiu, no dia de hoje, estar confiante na perspectiva de haver um acordo mundial contra as alterações climáticas pós ano 2012 (primeiro período de compromisso do protocolo de Quioto).
A confiança do primeiro-ministro tem certamente bases que a fundamentam. As boas indicações que os relatórios publicados este ano pelo IPCC vieram fornecer, permitem que todo o mundo acredite que as melhorias climáticas já se estão a fazer sentir. Será também verdade que se em 1997, naquela cidade nipónica, se começou a discutir o tratado sobre redução de emissão de gases poluentes, agora que o primeiro prazo se aproxima (2012), é provável que seja negociado um novo acordo mundial neste sentido.
Realmente, a chamada de atenção para as alterações climáticas (que provadamente foram feitas pelo Homem) assume cada vez mais uma importância fulcral no panorama da política internacional.
Só com o constante trabalho para uma consciencialização mais alargada para este problema é possível garantir que as gerações vindouras tenham possibilidade de viver e não apenas sobreviver.
No entanto, cabe perguntar em que moldes seria celebrado algum novo acordo internacional sobre as alterações climáticas. Fará sentido que o mundo se una contra uma das maiores preocupações actuais a nível mundial e que o país mais poluente do mundo fique de fora?
Cumpre dizer que já é altura de os Estados Unidos da América perceberem que não são os senhores do mundo. O mesmo para o Canadá e para a Austrália.
Este é o primeiro passo, obrigar a um acordo mundial e não a um acordo de muitos países do mundo.
O segundo passo é pensar que consequências práticas podem advir do incumprimento do estabelecido nesse tratado. Não adianta um país ratificar o tratado se não o cumprir. E que legitimidade terão os outros países para impor sanções a esse país? A legitimidade do tratado?
Importante é destacar que esta é uma luta não apenas da classe política, mas de todos. Tem de haver uma mudança de mentalidades no sentido de poupar o meio ambiente, salvar a natureza, não destruir as preciosidades ecológicas que possuimos. Certamente que as alterações climáticas não derivam apenas de indústrias que deitam fumo para o ar, como se pensa habitualmente.
Acredito que um pequeno gesto faça a diferença. Imagine-se, então, na diferença que farão vários pequenos gestos de milhares de milhões de pessoas.
Porque "se cada pessoa varrer a entrada de sua casa, ao final do dia a rua estará limpa".