
"Quem ainda está vivo nunca diga: nunca.
O que é seguro não é seguro.
As coisas não continuarão a ser como são.
Depois de falarem os dominantes
Falarão os dominados."
(Bertolt Brecht)
Caros camaradas, foi um ano de muita luta e em que o NES/FDL muito fez pela nossa academia e pela JS. Mostramos que é possível existirem núcleos da JS no ensino superior activos e que como disse o nosso secretário-geral têm que trazer a política à faculdade e não devem pôr-se de lado nas lutas académicas, porque a JS como é óbvio tem sempre uma palavra a dizer.
Visto isto, espera-nos mais um ano de muita luta, pela expansão da JS na academia, pelo reforço do NES na mesma e pela democratização da própria associação académica. Por isso não nos vamos abster de lutar e temos que estar unidos, pois depois dos "dominantes", falarão os "dominados".
Saudações Jovem Socialistas!
De Weber a 24 de Junho de 2006 às 17:51
Caro João,
É sempre um prazer discutir os temas verdadeiramente importantes com alguém; tal como agradeci a resposta do Pedro Silveira, o mesmo faço contigo!
Passando agora à tua resposta, deixa-me dizer que a tua qualidade sofística deixa-me espantado. Ao ler o teu "esclarecimento", consigo retirar pelo menos duas perspectivas totalmente opostas com relação à posição que a JS deve ocupar nas Associações Académicas/Associações de Estudantes e nas Listas formadas para as disputarem:
1) A JS deve apoiar Listas nas Associações representativas dos alunos do Ensino Superior, apoiando-as a todos os níveis (também financeiramente...) e moldado-lhes os conteúdos programáticos (pelo que me foi dado a perceber, esta posição surgiria sempre como reacção a uma posição semelhante de uma Juventude Partidária de direita);
2) A JS deve apoiar os seus militantes que se interessem pelo movimento associativo, prestando-lhes apoio estritamente político e manifestando jubilo pelas vitórias eleitorais destes.
Perante isto, e como não sou pessoa de sofismas, deixo-te a minha primeira questão: qual será então a tua real posição neste assunto?
No entanto, apesar do teu "zig-zag" doutrinal, e como todos nós somos pessoas dotadas de bom senso, permite-me fazer dois ou três apontamentos.
Em primeiro lugar, seja qual for a tua posição, parece-me que no início deste mandato não poderias estar mais satisfeito com os destinos da AAFDL e da Lista R, dado que as 2 principais figuras institucionais da Lista (o Presidente e o Primeiro Candidato ao Conselho Directivo) são militantes da JS. Não sendo isto suficiente, o número de militantes socialistas espalhados por cargos de responsabilidade era grande (tu és um exemplo). O mais interessante nisto é o facto de para que a Lista R atingisse este ponto, nenhuma movimentação partidária foi feita, até porque também havia militantes de outras juventudes em cargos importantes. Perante isto, uma questão se levanta na minha inquieta cabeça: tendo a JS atingido tal grau de excelência na AAFDL e na Lista R, porque razão idealizaste um golpe palaciano com a intenção de derrubar o militante socialista que era Presidente da Lista, através da derrota eleitoral do militante socialista candidato ao cargo de Secretário-Geral? Esta questão, além da pertinência óbvia, leva-nos a um ponto em que deves defender a tua coerência já que as duas pessoas que apoias não são militantes socialistas. Aliás, uma delas tem ligações profundas à direita "mais à direita" de Portugal e a outra é militante da JSD! Espero que não me respondas com o chavão da competência, sob pena de colocares novamente em questão a tua coerência, dado que dois meses antes fizeste forte campanha eleitoral pelos teus camaradas!
A segunda nota é mais virada para o futuro que para o passado. Afirmas ser "urgente que os militantes da JS analisem qual será a lista onde se sentem melhor representados e que tem mais pessoas da sua "ala" e com a mesma ideologia política". Daqui retiro que já existem listas formadas para o próximo acto eleitoral da AAFDL (o qual só vai acontecer dentro de 6 meses...); pergunto-te quais são.
Retiro ainda que o critério que os militantes da JS devem utilizar quando fizerem uma escolha para a AAFDL será o número de socialistas que cada lista integra; pergunto-te se não achas este critério demasiado aparelhista. A mim parece-me que o critério a utilizar será sempre o da competência (aqui sim podemos utilizar este chavão) e o do mérito. Não concordas?
Sem mais de momento, aguardo ansiosamente a tua resposta.
Cumprimentos
De João Gomes a 23 de Junho de 2006 às 18:55
weber,
Em primeiro lugar desculpa pelo erro ortográfico que para além de lamentável é mesmo bastante reprovável.
Quanto ao conteúdo do texto é simples, a estratégia da JS para o ensino superior é simplesmente fazer com que os núcleos do ensino superior levem a discussão política para as faculdades. Mas se ouviste o camarada secretário-geral Pedro Nuno na conferência em que esteve na nossa faculdade, o mesmo foi o primeiro a afirmar que a JS não se pode abster das lutas académicas, lembro-me perfeita-me da frase dele: "entre uma lista de esquerda e outra de direita, quero que ganhe a de esquerda e a JS não tem que se colocar de parte nesse projecto".
A minha visão é a mesma, o associativismo também é política e a política, para o bem e para o mal, gira em torno dos partidos, como tal os mesmos têm que ter uma palavra a dizer sobre o rumo das academias onde têm militantes e têm intervenção política como é o caso da nossa faculdade e da JS.
Quando olho para uma lista e oriento o meu voto olho essencialmente para a competência das pessoas que vou eleger, mas também tenho em atenção a sua ideologia política, porque a mesma vai ditar invariavelmente a sua conduta na AAFDL. É assim, sempre o foi e sempre o será.
Por isso é que defendo que o NES tem que estar unido e tem que investir, como diz o Pedro Silveira, na formação de jovens quadros para o associativismo. Até porque os nossos militantes são pessoas comprovadamente aplicadas e com ideias políticas bem vincadas, como tal têm que ter uma palavra a dizer sobre o rumo da AAFDL. É urgente que os militantes da JS analisem qual será a lista onde se sentem melhor representados e que tem mais pessoas da sua "ala" e com a mesma ideologia política.
Acho que estás esclarecido,
Atenciosamente,
João Gomes
De Weber a 22 de Junho de 2006 às 23:46
Caro Pedro Silveira,
Tenho todo o gosto em te dizer que sou um cliente habitual do blog oficial do NES/FDL. Podendo ou não concordar com a matriz política aqui veiculada, parece-me que a dinamização que vem sendo feita no núcleo é bastante positiva, principalmente num tempo em que os jovens cada vez mais se afastam do fenómeno político.
Apesar disso, e como homem inteligente que certamente serás, deves compreender que o meu comentário ao post do João Gomes não pretendia de forma alguma ''tocar'' no balanço e nas palavras de ordem aos militantes do NES/FDL. Eu apenas me debrucei sobre a frase em que se traçava um rumo político para o Núcleo no que concerne à AAFDL. É isto que não me parece correcto num núcleo polítco, tendo em conta dois principios: (i) a AAFDL é estatutariamente apolítica e (ii) a função delineada pelo Secretariado da Juventude Socialista para os núcleos de escola não é essa!
Trocando por miúdos: critico a utilização de um meio de informação oficial de uma juventude partidária para (mais uma vez) lançar uma candidatura à Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa (todos sabemos a que candidatura me refiro)! O facto de estas palavras de ordem estarem redigidas no Blog Oficial de um Núcleo de Escola não atenua a situação, apenas a agrava!
Por fim, e por muito que goste de te ler, gostava de saber o que tem o autor do post a dizer sobre isto, especialmente quando todos sabemos qual a verdadeira intenção do post.
Apesar disso, será sempre um prazer ler as tuas respostas Pedro Silveira!
Cumprimentos
De PedroSilveira a 22 de Junho de 2006 às 01:30
Caríssimo "Weber"
Antes de mais prezo a tua visita ao blog do NES/FDL. Efectivamente tens razão: o Coordenador do NES/FDL é completamente contra a partidarização da vida associativa. Em vários momentos, publicamente, como foi um exemplo no Encontro Nacional de Estudantes Socialistas, teve oportunidade de o expressar. No entanto se há coisa que ele defende é a liberdade de expressão e de diferentes perspectivas dentro do Núcleo. O João Gomes pode ter uma visão diferente da minha. Não é por isso que a deve deixar de expressar e dar a conhecer aos restantes camaradas.
Ainda assim acredito que aquilo que o meu amigo e camarada João Gomes quis realmente realçar foi sim o espírito de união que o NES tem obrigatoriamente de viver se quiser expandir-se na FDL e na JS. Essa união, na minha visão, não se faz de colagens INSTITUCIONAIS a uma determinada lista à AAFDL. Faz-se construindo um projecto e unindo-nos em redor dele. Um projecto POLÍTICO.
Cada membro do NES será livre de escolher a lista que achar ser a melhor para a FDL. É a minha perspectiva. Se alguém discorda é livre de o afirmar e de o defender, incluindo no veículo oficial de informação que éste blog, porque é para isso é que ele serve.
Julgo, no entanto, não ter sido essa a intenção do João. Tanto ele como eu sabemos a estratégia do actual Secretário Geral da JS para o ensino superior. E ela passa por essa união, não no sentido seguidista desta ou daquela lista mas no sentido dos nucleos de escola estarem organizados e conseguirem levar a política para dentro das faculdades, nomeadamente influenciando através da criação de jovens quadros (não da sua instituição) as decisões da sua Academia.
Devo por fim dizer que estou à tua disposição para qualquer outro esclarecimento.Volta sempre.
De Weber a 21 de Junho de 2006 às 22:05
''democratização da associação académica''.
Nunca pensei que o NES/FDL pretendia ter uma posição pró-activa na vida da AAFDL. Pelo menos enquanto instituição. O próprio Secretário-Geral recusou essa posição no recente ONESES.
Porque vem então o João traçar este caminho num veículo oficial de informação? Nós já sabíamos que esta era a sua posição pessoal mas, reforço (!), sempre o vi o NES/FDL ausente dessa luta!
Enfim... quem me poderá esclarecer?
P.S.: ''abester'' é erro João! ''Abster'' é o termo correcto.
De Ricardo M. a 21 de Junho de 2006 às 17:32
Louvável o empenho dos estudantes socialistas da F. Direito de Lisboa! Manda o rigor e o respeito que os nomes sejam correctamente transcritos. Assim, e porque o dramaturgo «é» alemão e não francês, o seu nome é BRECHT. (Futuros juristas deverão ser mais cuidadosos.)
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