Numa coisa concerteza todos concordaremos: há política e poluição política. Chamemos a esta última pulítica. Teremos então conceitos diametralmente opostos. Óptimo! Para percebermos muitas das vezes qual é o âmago da questão é necessário provar açucar e sal, ainda que uma situação intermédia seja sempre a melhor. Mas essa será posterior, será a escolha (consciente)...
O que podem esperar deste espaço é uma crónica incisiva, objectiva e clara. Não vos prometo nada mais, apenas um maior desprendimento do discurso politicamente correcto de qualquer político, e sem as metáforas e outras técnicas linguísticas dos comentadores políticos. Vários temas, curtas análises...
- Carmona Rodrigues, Presidente da Câmara de Lisboa, é o que se pode chamar de um tecnocrata. Não gosto de tecnocratas. Lembro-me de pessoas competentes mas que não servem para altos cargos públicos. Lembro-me logo de Luís Campos e Cunha (ex-Ministro das Finanças) e de Manuel Pinho. Cavaco é uma feliz excepção.
- O que está realmente em causa no debate do Referendo não é quando começa ou não começa a vida mas também não é o da extinção (ou mesmo grande combate) do aborto clandestino. O que está em causa é se uma mulher que quer optar por ter um filho até as 10 semanas com cuidados de saúde assegurados deve ou não ser sujeita a prisão. A questão é saber até que ponto a desejabilidade de um filho é importante ou não para uma determinada sociedade.
- Marques Mendes esteve muito bem ao ser um dos primeiros a propor que, caso ganhe o Não, na Assembleia da República se chegue a consenso quanto à não condenação das mulheres. Politicamente foi brihante. Mas Sócrates jogou na mesma moeda e afirmou não mudar nada se ganhar o Não. Até aqui tudo bem. O que Marques Mendes não pode vir fazer é acusar o Primeiro-Ministro de jogar sujo...
- Não gosto de Hugo Chávez. E sinto revolta quando ele apelida o seu regime de socialista. É assim tão dificil perceber que não se podem aplicar modelos político-económicos históricos a momentos modernos?
- Al Gore está bem posicionado para ser o próximo Nobel da Paz. Não sei se isto é bom ou mau: não sei se há tão poucas guerras que não haja pacificadores como antigamente; ou se simplesmente há pulítica demais em Oslo.