Realizaram-se, nesta última sexta-feira, as eleições directas para a liderança do PSD, da qual Luís Filipe Menezes saiu vencedor.
Tratando-se do maior partido da oposição, estas foram umas eleições importantes.
Considero que Marques Mendes acabou por sair da liderança por uma porta pequena. A onda de descontentamento dentro do partido já há algum tempo se fazia sentir, pelo que a derrota não (me) surpreendeu.
Mas mais do que Mendes, acredito que foi a imagem do PSD que saiu afectada.
No Porto, mais de duas dezenas de reclamações foram apresentadas por militantes que não puderam votar, apesar de terem as quotas em dia.
Na Figueira da Foz as eleições foram anuladas.
Existiu ainda a situação dos militantes açorianos. Nos estatutos do PSD-Açores não é exigido que os militantes tenham as quotas em dia para votar, o que leva a uma desigualdade face ao restante território, onde o pagamento das quotas é obrigatório. Entretanto, foi dada a possibilidade de pagamento desses valores até ao dia das eleições, o que leva a mais uma desiguladade face ao resto do país. Além disso, ainda foram excluídos mais de um milhar de militantes, por pagamentos irregulares.
Situações negativas que prejudicam o partido. Mas, como é obvio, existem sempre falhas no (do)sistema e alguns problemas que necessitam ser resolvidos.
Por isso, o leitor até pode ter uma atitude de compreensão para com o partido e o que se passou nas eleições directas. Há coisas quase inevitáveis.
Mas a atitude agressiva dos candidatos podia ter sido outra. Luís Filipe Menzes e Marques Mendes não se respeitaram.
Parece-me incrível como duas pessoas que partilham ideais semelhantes e lutam pelas mesmas causas dentro de um partido se tratem tão mal. Será o desespero da vitória? A vontade de poder? Ou apenas a incapacidade de trabalhar e discutir de forma mais positiva?
O que será não sei. Mas certamente que os militantes do PSD, e o próprio país, esperam mais da postura do partido do que aquela o seu novo líder assumiu durante estas eleições.