Encarando de frente a possibilidade de tornar o tema repetitivo, destaco o facto de, das eleições para a Câmara Municipal de Lisboa, ser possível retirar algumas conclusões.
A primeira é que o PS é o grande vencedor destas eleições. Ao contrário do que disseram algumas pessoas (tal como Ruben de Carvalho), o facto de António Costa não ter conseguido maioria absoluta não é uma derrota. Quando se vence não se pode ser derrotado.
O PS está neste momento a governar o país com maioria absoluta na Assembleia da República e detém finalmente a presidência da Câmara da capital.
Já em Fevereiro havia vencido a luta pelo referendo da IVG.
É verdade que não venceu as presidenciais e a aposta em Mário Soares foi um erro gritante. Contudo, seria difícil derrotar Cavaco Silva. O seu silêncio estúpido e a Comunicação Social levaram-no até Belém.
Mesmo assim, o PS está num grande momento, claramente fruto do enorme secretário-geral de que dispõe.
Do lado oposto encontra-se o PSD. Já se sabia que Marques Mendes era pequeno e não apenas em estatura. Enquanto líder do maior partido da oposição, deixou o PS vencer as legislativas com maioria absoluta, pela primeira vez na sua história, e perdeu as eleições intercalares em Lisboa com um resultado vergonhoso. Mérito do PS e fraca oposição, é certo.
O PSD desceu de 42,43% com Carmona Rodrigues para 15,74% com Fernando Negrão.
É verdade que os votos ao centro-direita se dividiram por esses dois candidatos, mas a divisão não explica uma descida tão acentuada.
Fernando Negrão foi um mau candidato e a campanha foi, como já pude referir num texto anterior, muito mal pensada.
O aparecimento de candidaturas independentes é de saudar. Depois de nas presidenciais Manuel Alegre ter obtido um excelente resultado, Carmona Rodrigues e Helena Roseta conseguem, para as intercalares da CML, resultados muito positivos. A Democracia fica a ganhar, a população agradece e a cidadania ganha outro significado.
A esquerda acaba por sair vencedora destas eleições. Fechando os olhos às candidaturas independentes, os partidos da esquerda conseguem um total de quase 48% enquanto os partidos da direita somam quase 22% dos votos dos eleitores.
Vozes com mau perder comparam os 29,54% de António Costa com os 26,56% de Manuel Maria Carrilho em 2005. O PS não subiu assim tanto, dizem.
Esquecem-se, todavia, de uma diferença importante: Carrilho não venceu as eleições.
Importante é destacar que em 2005 havia 8 possibilidades de voto, contrastando com as 12 candidaturas de 2007. Resultado: maior dispersão de voto.
Em 2005 votaram 52,65% dos eleitores inscritos, contra apenas 37,39% em 2007. E para que candidato iriam os votos desses mais 15% de eleitores? Bem, se António Costa foi o candidato mais votado, não é difícil adivinhar.
Trata-se de pura estatística.
De Tiago Branco a 19 de Julho de 2007
"NAO porque o POVO CONFIA, por muitos impostos(necessarios) que se aumentem por muito que isso aconteça o POVO na altura de eleger elege quem nao tem segundas intenções..."
Impostos necessários? Se aumentem?
Vê-se mesmo que este comentador não passa fome nem precisa de contar os tostôes ao fim do mês para pagar as continhas...
Se soubesse o que isso é na realidade, saberia bem que ao se aumentar sistematicamenete IVA (4% em 3 anos) ,Imposto sobre produtos combustíveis, etc, etc, as coisas complicam-se para o comum mortal.
E obviamente não diria estes disparates.
Saberia sim que todos os aumentos hoje em dia e como as coisas andam mal (aumento de desemprego de longa duração, salários baixos e os reais a diminuirem) reflectem-se substancialmente no orçamento familiar e privam as pessoas por vezes até do essencial para viver...
Tenhamos calma nas afirmações que fazemos se nunca comemos o pão que o diabo amassou (como eu passei e passo todos os dias.)
De Fábio Raposo a 18 de Julho de 2007
Caro Bruno,
Realmente nas legislativas o líder era Santana Lopes e não Marques Mendes. Agradeço desde já o reparo e peço desculpa a todos pelo erro.
Não se trata de ansiedade de dizer mal e não obsta ao sentido do texto, que apenas pretende mostrar um crescimento do PS nos últimos anos.
Relativamente ao segundo comentário, não me parece que tenham sido erros. Não referi as Autárquicas 2005 nem a Madeira 2007 propositadamente.
Quanto às autárquicas em 2005, o PSD ganhou quase mais 50 câmaras do que o PS, é verdade. O próprio secretário-geral do PS, admitiu a derrota.
No entanto, é importante referir que 20 das câmaras que o PSD venceu foram em coligações.
De 2001 para 2005 o PS perdeu 3 câmaras, o que não é assim uma diferença tão grande.
Sabe-se perfeitamente que as eleições autárquicas são diferentes de todas as outras. Há simpatizantes do PS ou do PSD que para as suas Câmaras votam na CDU, por exemplo.
Mesmo assim, o PS foi o partido com maior percentagem de votos nas eleições em concelhos onde os partidos concorreram individualmente.
Antes de dizer que o PS perdeu as Autárquicas, vale mais dizer que o PSD as venceu.
Quanto à Madeira, creio que olhar para umas eleições que foram forçadas pelo Presidente Regional, aproveitando-se de um diploma elaborado pelo Governo para angariar votos e vencer de forma clara, como uma derrota do PS é algo enganador.
Mais, todos nós sabemos que a Madeira é um caso peculiar.
Mas como o gosto pela verdade é maior que todos os gostos político-partidários: Sim, o PS obteve um mau resultado nas Autárquicas 2005 e perdeu nas eleições da Madeira em 2007. Mesmo assim, continua a crescer e a ganhar apoiantes.
De Anónimo a 18 de Julho de 2007
Ao ler estes posts e os comentarios vejo que a democracia e as juventudes partidarias estao bem entregues. Quanto a estes ultimos dois comentários resta me dizer que o PSD fez uma canpanha de ofensa, de represália e nao se preocupou minimamente em fazer uma canpanha democrática. O PS fez uma canoanha boa calma, sem sobressaltos e acima de tudo sempre ciente do que o esperava nas eleições e após as eleições. Já o psd esteve mal em todos os aspectos, em contrariar carmona, em escolher Negrão cuje a ficha está ,mais do que suja com o caso PJ, e acima de tudo em nao ter precavido as situações pós eleitorais. Quanto as perdas antigas do PS, sim são perdas relevantes mas a opiniao do POVO é que manda e essa continua a dar maioria ABSOLUTA ao governo socialista, esse mesmo POVO por regra já se habituou a ver PSD/CDS a obterem maiorias absolutas em conunto demonstrando um apegar ao poder que so demonstra a ganancia dos que lideram a oposição. O PS se assim fosse unia se aos esquerdistas e precisa? NAO porque o POVO CONFIA, por muitos impostos(necessarios) que se aumentem por muito que isso aconteça o POVO na altura de eleger elege quem nao tem segundas intenções nas suas atitudes enquanto GOVERNO. Se o PS so pensasse em governar a força toda nao aumentava NADA e fazia o que a oposição tanto apregoa que é dar "pão e circo" ao POVO mas isso nao é governar mas sim DESgovernar. Essas atitudes so demonstram o quanto o PS quer portugal melhor e nao se importa de perder eleições se esse for o preço a pagar pela melhoria de portugal.
Quanto a Lisboa dao que pensar as fracturas partidárias de ambos os lados e nao a abstenção. A abstenção é relevante mas mais relevante é o enorme numero de independentes que de dia para dia apareçem a concorrer as autarquicas. Quanto a governação de lisboa é certo que sem maioria nao da para se melhorar Lisboa e para isso será necessário estabelecer uniões periodicas com outras fações e até de um modo rotativo. Ou seja as parcerias vao ter de ser necessariamente com todos dependendo das situações de modo a governar se Lisboa com um unico sentido O MELHORAR DE LISBOA E UNIR LISBOA.
Abraço a todos ass: Vitor Simão
De Bruno Freitas a 17 de Julho de 2007
Outro erro: o Ps não perdeu só as Presidenciais: além destas eleições, em que ficaram em 3º (não esquecer esse facto inédito), perderam também as Autárquicas 2005, Madeira 2007...
De Bruno Freitas a 17 de Julho de 2007
"Já se sabia que Marques Mendes era pequeno e não apenas em estatura. Enquanto líder do maior partido da oposição, deixou o PS vencer as legislativas com maioria absoluta..."
Erro. O líder era Santana Lopes.
Às vezes a ansiedade de dizer mal leva-nos a dizer coisas erradas.
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