Os Irlandeses, em referendo, acabam de dizer Não ao Tratado de Lisboa, com um resultado entre os 53 por cento para o Não e 47 para o Sim.
É uma derrota. Para o governo Irlandês, mas mais importante, para a União Europeia. O que se segue é uma incógnita. Na minha opinião, pressões para um segundo referendo não devem de faltar nos próximos meses. A grande questão que se tem colocado é agora se a Europa a 27 deve ficar dependente de um Não de um único país, se a necessidade de uma unanimidade não é um obstáculo fatal à possibilidade de a Europa avançar com a velocidade que se espera.
A verdade é que estes referendos são sempre muito subjectivos, e normalmente penalizadores para a União. Não porque as populações sejam fundamentalmente contra a ideia da União, mas sim porque estes referendos acabam por ser vistos como uma possibilidade de penalizar os governos, mostrando o descontentamento, geralmente a nível socioeconómico. Outro ponto que não beneficia em nada a Europa, é o certo afastamento e desconhecimento que o povo em geral tem em relação ao que a União significa...aqui reside um problema de difícil resolução pois tem-se provado que é um problema crónico desde o ínicio, ficando a sensação que a vida política europeia é restrita ao grupo de elite da política, tomando decisões sem grande participação do cidadão comum.
Numa altura em que a Europa atravessa uma difícil crise económica, quem sabe fundamental para este Não, vamos agora viver uma crise política, isto tudo numa sexta feira 13, quem diria...