Num dia em que uma das criações de Abril fez novamente história, falo naturalmente da Concertação Económica e Social, outra criação de Abril, a CGTP, não mudou a sua história e, como repetição de uma cassete em que a fita nunca mais acaba, apesar de ser sempre a mesma, recusou mais uma vez juntar a sua assinatura à das dos restantes parceiros sociais.
Perante a sistemática intransigência do PCP, desculpem CGTP, em mudar a sua visão conservadora da actual sociedade, os trabalhadores portugueses inscritos em sindicatos representados pela CGTP, nunca terão uma força sindical que os represente no actual Mundo do Trabalho Globalizado e Competitivo. Estes trabalhadores, ao terem uma força sindical com uma visão retrógrada da relação laboral e de toda “economia do trabalho”, verão o seu futuro apenas decidido pelos patrões e pior, por Governos Liberais que mais tarde ou mais cedo chegaram também a Portugal, e que não terão na CGTP um interlocutor minimamente credível e capaz de representar os trabalhadores que integram um mercado de trabalho que cada vez mais competitivo a nível global.
Uma revisão ao código do Trabalho que tenta pela primeira vez em Portugal travar a precariedade do Trabalho através de medidas de carácter económico e fiscal às empresas para que estas valorizem a contratação colectiva e de quadros definitivos, com vista a diminuir a contratação a prazo e a “recibos verdes”, a CGTP/PCP com medo de perder a sua base eleitoral e de apoio, os trabalhadores precários, não assinou um acordo que em muita medida protege os trabalhadores mais injustiçados pelo actual Mundo do Trabalho. E, acrescente-se, que do lado do despedimento nada se alterou. Então porque é que a CGTP não assinou o acordo?! Resposta oficial de Carvalho da Silva: “não tivemos tempo para ler as propostas de última hora do Governo!”. Se os outros parceiros sociais viram todas as propostas de alteração, as discutiram e as analisaram, resta concluir que quem da CGTP esteve à frente destas negociações é IMCOMPETENTE!
A outra possível conclusão a tirar da atitude da CGTP é admitir que possivelmente, esta estrutura sindical, nada fará na Concertação Económica e Social de um país que queira integrar-se numa Economia Global e ser capaz dentro dela ser competitivo. Esta Competitividade deve implicar por parte dos nossos sindicatos, uma nova forma de olhar o Mundo Laboral.