- A polémica em volta da licenciatura de José Sócrates começa a ter repercussões na popularidade do Primeiro Ministro e do próprio Governo. E o mais engraçado é que, por acidente ou não, a estratégia da oposição, ou seja a não-resposta, é a mais eficaz, desgastando o Governo em outras áreas e deixando esta por si própria minar a credibiliidade do Primeiro Ministro. Para inverter esta lógica, e retomar o impulso reformista e decidido do Governo à frente dos destinos do país José Sócrates precisa pronunciar-se sobre a questão mas, e bem, está dependente da tutela de Mariano Gago na resolução do caso Independente. Este poderá ser um teste de fogo à competência política de Gago (porque técnica tem de sobra)...
- Por muito que nos custe (e custa...!) a existência do cartaz do PNR no Marquês de Pombal, apelando ao fechar de fronteiras a imigrantes e à expulsão dos que cá estão, a verdade é que nada mais significa que uma tomada de posição de um partido político, in extremis tão igualável aos do PSD ou do PCP.
- Francisco André, secretário nacional da JS, foi eleito Vice-presidente da ECOSY no recente Congresso de Varsóvia. É com grande orgulho que denoto que nestes ultimos mandatos a JS tem reforçado de modo muito significativo a sua posição na ECOSY e em todas as outras estruturas internacionais que integra. Um sinal de trabalho e de mérito, a seguir e a desenvolver.
- Porque sei que muitos dos camaradas do NES/FDL integram listas e mesmo encabeçam candidaturas aos órgãos das suas concelhias de residência, deixo-lhes do Alentejo profundo de onde vos escrevo desejos de bom trabalho e grandes vitórias.
- Não sei qual a pior: se a crise Academia de Letras se a crise Independente. Pelo menos a primeira teve um feliz desfecho, no mínimo a curto prazo... Por sua vez o engraçado da crise Independente é que o conselho reitoral atira para o Ministério a resolução da situação, enquanto o Ministério dá 7 dias ao Conselho para a resolução do problema!
- A tentativa de Portas em se afirmar como a possibilidade de ser ele o rosto de uma oposição credível e capaz ao Governo de José Sócrates acaba de ruir, com toda a confusão novelesca instalada de Comissão nacional para Conselho de Jusrisdição, com pancadaria à mistura.
- Hoje realiza-se Comissão Política Federativa da FAUL. Um primeiro passo em direcção a uma Convenção, em Maio, que vai ditar um novo rumo para a Federação de Lisboa. Apenas espero que desse rumo surja não somente um acrescer de militantes em todas as concelhias (reanimados sempre por estas alturas) mas também um esforço de reanimação efectiva de todas elas, e de uma actividade constante daquela que tem de ser a máxima estrutura da JS de Lisboa.
- Hoje realizaram-se eleições no NES/ISCSP. O Coordenador do NES/FDL e o ex-Coordenador estiveram presentes numa óptica de renovar a já segura relação de amizade e cooperação entre os dois núcleos. É pena não termos ido a mais 10 núcleos com a mesma missão. Será necessário a existência de um òrgão nacional para nascerem como cogumelos?
- Ribeiro e Castro pode ter muitos defeitos (e tem!) enquanto líder do CDS/PP mas coisa que soube fazer com mérito pessoal foi reconciliar o partido com os erros infantis e populistas do passado portista. Fê-lo com a reconciliação do partido com Campelo e voltou a fazê-lo agora com a recolocação do retrato de Freitas do Amaral na sede do Caldas.
- O balanço do primeiro ano da presidência da República de Cavaco Silva é, a meu ver, extremamente positivo. Cavaco tem uma oportunidade única na nossa história democrática pós-25 deAbril: provar que é possível um presidente de qualquer quadrante político e independentemente do Governo fazer um belíssimo mandato. E fazê-lo sem pensar numa lógica de reeleição. É essa a minha grande dúvida.
- As Novas Fronteiras é algo de profundamente estrutural na vida do Partido Socialista. Trazer altos quadros da vida civil portuguesa, independentes partidariamente, é algo que pode marcar a diferença. Assim aconteceu na elaboração do Programa de Governo e mesmo na formação do Executivo. Este fim de semana realizar-se-á uma Conferência das Novas Fronteiras. Não posso, no entanto, deixar de dizer que fiquei desiludido com a falta de nomes que animem a Conferência. Os quadros da sociedade civil de que falava vão lá estar? Ou perdeu o PS a capacidade de os mobilizar?
- O Jovem Socialista, jornal e órgão oficial da JS, está incrivelmente mehorado, tanto no conteúdo como ( e principalmente) na forma. Nisso há que dar os parabéns a este Secretariado nacional e em especial ao seu director, Hugo Gaspar. No entanto o facto de não ter uma tiragem fixa faz com que perca muito do impacto que poderia ter. E já agora porque não uma tiragem média (50 exemplares por exemplo) para distribuição nas faculdades com NES's ou pessoas da JS activas, como a FDL? Só havia a ganhar...
- O Programa governamental Novas Oportunidades tem potencialidades para ser um estímulo enormíssimo à qualificação dos portugueses. Falei em potencialidades. É que o plano tecnológico também as tinha...
- A desculpa cada vez mais frequente para a incapacidade de acção da direita portuguesa é o posicionamento de Cavaco Silva. A ser verdade até seria uma boa desculpa.
- Alberto Martins vai-se recandidatar à Presidência do Grupo Parlamentar do PS com o integral apoio de José Sócrates. Relembro que este deputado era apoiante de Manuel Alegre, bem como as quatro pessoas que trouxe para a direcção do Grupo Parlamentar quando o Partido Socialista ganhou as eleições. Prova de que com lealdade e com sentido de responsabilidade a divergência de pontos de vista converge no exacto lugar onde começa a preservação do bem comum.
- Às vezes utilizamos o cliché "os jovens estão cada vez mais afastados da política..." sem nos apercebermos do quão, concretamente, isso é verdade e estranho. Em qualquer freguesia começa a ser difícil achar algum jovem que goste de política ou, pelo menos, se interesse pelo tema, quanto mais pessoas interessadas em conduzir ou integrar projectos políticos para a sua própria terra! Enlouqueço com isto! Cada vez mais!
- É uma pena não se ter consagrado no Regulamento Eleitoral de Harmonização a realização de eleições de concelhias e de federações em anos intercalares. Assim, realizando-se as duas no mesmo ano, tem apenas inconvenientes: obrigam-se os militantes a participar em 3 actos eleitorais em pouco mais de um mês (núcleos, concelhias e votação de delegados à convenção federativa), e misturam-se interesses federativos com concelhios e vice-versa. E já que estamos numa óptica de crítica ao regulamento eleitoral da JS porque não prever um período eleitoral especial (correspondente ao ano lectivo) para os núcleos de escola?
- Santana Lopes lançou a ideia de se realizar um Referendo tendo em vista a construção ou não do novo Aeroporto da OTA. Há dias em que mais vale estarmos quitos e calados. Desde que saiu da Câmara Municipal da Figueira da Foz é assim todos os dias...
- O Conselho de Estado reune hoje sobre a situação política da Madeira. Espero apenas que o Presidente da República Cavaco Silva saiba proporcionar o que prometeu: um clima de entendimento entre todos os partidos e a sociedade civil, o que só ajudará à resolução pacífica desta situação.
- A precaridade do emprego é um tema fulcral na sociedade e economia portuguesa e mesmo europeia. Mas espanta-me ver a CGTP organizar uma manifestação (aquilo que faz de melhor...) contra a precaridade do emprego. Alguém se lembra da ultima proposta realista, séria e enquadrada nas dificuldades nacionais apresentada pela CGTP nesta matéria (ou em qualquer outra)? Ou do último fórum aberto, debate, etc sobre este tema? Concerteza não... mas a última manifestação sobre qualquer coisa foi há menos de uma semana!
- Para os militantes do NES/FDL, a disputa pela FAUL é sem dúvida interessante: entre um assistente daquela Faculdade e um dirigente (à altura à frente da Concelhia) que sempre teve excelentes relações com o nosso Núcleo. Miguel Prata Roque vs Pedro Pinto... a acompanhar!
- Portalegre foi durante dois anos uma cidade intransitável, quer a pé quer de carro. Um autêntico estaleiro, viu sucessivamente ser atrasado o prazo de conclusão do Programa Polis em que poucos já acreditavam. Hoje a cidade parece outra, para quem, como eu, a conhecia. Prova de que este tipo de investimentos não deve ser abandonado por um ou dois percalços (apesar de deverem ser fiscalizados e corrigidos). Um investimento no urbanismo, no ordenamento do território, é um investimento no futuro.
- O (suposto) regresso de Paulo Portas ao palco político nacional deixa-me bastante satisfeito. Um político inteligente e que muito fez pelo CDS/PP nos últimos anos, que mesmo em baixod e forma estará sempre muitos furos acima do melhor Ribeiro e Castro. Porque na politica a imagem e a projecção mediática também conta...
- Foi infeliz a Grande entrevista ao novo Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro. Por um único motivo: não deveria ter existido. Que tem a declarar além de clichés como "Faremos todo o nosso melhor" ou "Serão acusados as pessoas que têm matéria suficiente de acusação" a pessoa com máxima responsabilidade no decurso de processos em julgamento?
- Romano Prodi fez-me lembrar Guterres. Menos Durão, mas também. Deixa Itália no pântano e prova que foi apenas (e por pouco) o menos mau das últimas eleições!
- Vai em breve começar um período eleitoral de quase todas as estruturas da Juventude Socialista (núcleos, concelhias e federações). Será, como sempre, um período de trabalho para todos os militantes, empenhados nos projectos que desejem integrar. Mas convém lembrar a estrutura nacional que as suas próprias eleições já foram há meses atrás, está com ano e meio de mandato pela frente! E, sem prejuízo do precioso auxílio às mencionadas eleições (até intrunduzindo um ímpeto de revitalização em todas as estruturas), deve não se remeter a essa função e sim à da promoção de actividades. Ou continuaremos até Junho de ressaca do Referendo da IVG?
- A situação na Câmara Municipal de Lisboa está cada vez mais insuportável do ponto de vista da estabilidade governativa. Sinceramente tenho uma certeza e algumas curiosidades quanto a eleições antecipadas. A certeza é a de que um melhor executivo se seguirá. As curiosidades são as de saber como (e com quem) se vai posicionar o PS; e como vão os lisboetas reagir, em termos de votação, ao BE e a Sá Fernandes.
- Fiquei feliz por saber que finalmente poderemos ter algumas boas perspectivas quanto à diminuição do défice. Não é irónico que quanto mais se "apertava o cinto" (falo da política da Ministra Manuela Ferreira Leite) mais o défice subia? E agora, apesar de a contenção ser a palavra de ordem (mas não a palavra sagrada!), finalmente temos resultados com a política financeira deste Governo?
- Sou pessoalmente contra a abertura da prática da ivg a clínicas privadas enquanto prática normalizada. Em situações excepcionalmente regulamentadas pelo Estado português, e seguindo o procedimento dos espaços públicos (como o período de reflexão, etc), é uma coisa. O que se pretende é outra...
- A Juventude Socialista teve uma grande batalha, colocou muito de si e da sua existência na campanha da IVG. Venceu-a. Foi com grande alegria que notei o empenho dos militantes e em especial dos dirigentes, foi um momento em que se viu a força da JS, do que realmente é capaz. A partir de agora é necessário tentar ultrapassar esse empenho todos os dias, não perder o fôlego e a vontade de trabalhar. Ás vezes queria que houvesse um Referendo da IVG todas as semanas...!
- Na próxima Terça-Feira haverá tolerância de ponto. Por acaso sabiam que somos o país da Europa com mais feriados?E que somos dos países da Europa com mais tolerâncias de ponto? E que, mesmo assim, quando trabalhamos somos dos menos produtivos? É claro que um feriado sabe bem! Obviamente que sabe bem. Tanto quanto reclamar que a economia, estranhamente, é das mais atrasadas da Europa...
Numa coisa concerteza todos concordaremos: há política e poluição política. Chamemos a esta última pulítica. Teremos então conceitos diametralmente opostos. Óptimo! Para percebermos muitas das vezes qual é o âmago da questão é necessário provar açucar e sal, ainda que uma situação intermédia seja sempre a melhor. Mas essa será posterior, será a escolha (consciente)...
O que podem esperar deste espaço é uma crónica incisiva, objectiva e clara. Não vos prometo nada mais, apenas um maior desprendimento do discurso politicamente correcto de qualquer político, e sem as metáforas e outras técnicas linguísticas dos comentadores políticos. Vários temas, curtas análises...
- Carmona Rodrigues, Presidente da Câmara de Lisboa, é o que se pode chamar de um tecnocrata. Não gosto de tecnocratas. Lembro-me de pessoas competentes mas que não servem para altos cargos públicos. Lembro-me logo de Luís Campos e Cunha (ex-Ministro das Finanças) e de Manuel Pinho. Cavaco é uma feliz excepção.
- O que está realmente em causa no debate do Referendo não é quando começa ou não começa a vida mas também não é o da extinção (ou mesmo grande combate) do aborto clandestino. O que está em causa é se uma mulher que quer optar por ter um filho até as 10 semanas com cuidados de saúde assegurados deve ou não ser sujeita a prisão. A questão é saber até que ponto a desejabilidade de um filho é importante ou não para uma determinada sociedade.
- Marques Mendes esteve muito bem ao ser um dos primeiros a propor que, caso ganhe o Não, na Assembleia da República se chegue a consenso quanto à não condenação das mulheres. Politicamente foi brihante. Mas Sócrates jogou na mesma moeda e afirmou não mudar nada se ganhar o Não. Até aqui tudo bem. O que Marques Mendes não pode vir fazer é acusar o Primeiro-Ministro de jogar sujo...
- Não gosto de Hugo Chávez. E sinto revolta quando ele apelida o seu regime de socialista. É assim tão dificil perceber que não se podem aplicar modelos político-económicos históricos a momentos modernos?
- Al Gore está bem posicionado para ser o próximo Nobel da Paz. Não sei se isto é bom ou mau: não sei se há tão poucas guerras que não haja pacificadores como antigamente; ou se simplesmente há pulítica demais em Oslo.