Entrámos esta semana em 2008, um ano de grandes expectativas, de que se espera muito, muitas lutas, muitas vitórias e que só interessa olhar para os desafios, que irão ser bastantes, com muita determinação, motivação e acima de tudo vontade de vencer. Se houve coisas boas de 2007, que sejam para manter neste novo ano. Se houve coisas más em 2007, espero que seja um ano em que se consiga altera-las, mudar para bem melhor, seguir em frente. Eis a palavra chave: mudança.
Falando em mudança, primeiro sinal daquilo que se pode considerar já uma mudança: Clinton que era a favorita fica em 3ª nas primárias, o candidato da mudança, dos jovens, o candidato com o discurso mais coerente e melhor conteúdo, Barack Obama, reúne o maior número de votos e consegue uma vitória histórica que em muito contribui para um cenário que eu espero: Obama candidato democrata às eleições, que se aproximam no próximo ano, nos Estados Unidos da América. E que sinal de mudança seria a América ter o primeiro presidente negro da história...
E não é assim que deve ser? Os melhores, os mais competentes, os mais correctos, os mais esforçados, os mais determinados, os que têm mais vontade de trabalhar, de ajudar, de melhorar as coisas é que devem ter sucesso, devem ganhar, não ao contrário. Seria também isto uma mudança. Espero que este ano as minhas palavras façam todo o sentido...literalmente.
Depois de tanto se defender a independência da Juventude Socialista em relação ao Partido Socialista, não é que a JS demonstra hoje essa atitude? Antecipa-se ao Partido e toma uma posição em relação ao Tratado da União Europeia, dizendo que:
Até se poderia perguntar se o nosso caro Pedro Nuno Santos andou a ler aqui o blog?
De qualquer das formas, uma atitude bastante compreensível da JS. Sendo que na minha opinião com ou sem referendo este seria um legítimo tratado, as duas posições são aceitáveis, mas, com referendo, existiria, sem qualquer sombra para dúvida, um sentimento de maior participação e aceitação da parte do povo português, exigiria um alargado debate e críticas construtivas ao que este tratado significará na vida de todos, dando-o muito mais ao conhecimento geral, podendo por isto significar uma certa importância o tal referendo à sociedade portuguesa. Agora é esperar para ver. Será que o Partido seguirá as mesmas pisadas, ou melhor, será que o Governo concorda? Ao que parece está para breve o anuncio da tomada de posição do Governo.
Referência final para o importante acordo conseguido em Bali para combater o aquecimento global, uma das maiores ameaças da actualidade à humanidade. É importante agir, e agir rapidamente, com medidas efectivas, não com medidas de papel sem qualquer significado ao nível real. Projecções como as de que em por volta de 2020's zonas do Mundo ficarão sem água devido às alterações climáticas assustam e devem assustar cada vez mais se nada for feito para evitar isso. A atribuição do prémio Nobel da Paz de este ano a um reconhecido senhor desta luta não foi certamente inocente, naquela que deve ser uma luta de consciencialização de todo mundo para este problema que não é deste ou daquele país mas global.
Li, há uma semana atrás, que Hillary Clinton tinha ganho um debate televisivo entre os democratas. Até aqui tudo bem, apesar de não ser bem a candidata que eu apoio ou quem eu penso que seria melhor para governar os EUA.
A particularidade que me leva a escrever este texto é que na mesma notícia dizia que o debate havia sido combinado, isto é, as perguntas eram previamente programadas entre o candidato e o apresentador, ou melhor, o moderador. Faz-me confusão este tipo de debate: afinal onde está a verdadeira discussão de ideias? Havendo uma prévia programação de perguntas, não passará isto de uma espécie de filme, com guião e tudo planeado ao mais pequeno pormenor, evitando-se as questões mais difíceis, aquelas que levariam o candidato a uma maior dificuldade de resposta e a uma maior exigência de raciocínio, ou seja, tudo aquilo que serviria para realmente testar um candidato e ver de que material ele é feito: será que tem estofo para o cargo? (a pergunta que teria que ser respondida com base nestes debates públicos). Imaginem só que, antes de uma oral, combinavam com os professores as perguntas e aquilo de que queria falar. Bastante mais fácil, não? Mas será que isso seria melhor para vocês? Também não me parece que seja bom no caso americano. Pior, na parte final da notícia até se acrescentava que o público não podia colocar questões, sendo mesmo uma pessoa do público entrevistada queixando-se que não a deixaram perguntar aquilo que quis e ao invés teve que fazer uma pergunta do genero: como foi o seu fim de semana Hillary? Uma fraca ideia de debate, ou mesmo de democracia, esta. Quem sai a ganhar com isto tudo certamente não é a democracia, quando o facilitismo é prevalecido.
Ainda sobre fraca ideia de democracia, fica a atitude da Câmara do Porto, ao retirar os placards da Juventude Socialista na cidade tripeira e a que a JS respondeu muito bem com uma nota de imprensa que se pode ler no site oficial.