Quinta-feira, 10 de Janeiro de 2008

A entrada na universidade



Tenho muitas vezes ouvido o meu tio dizer que não nos podemos dar ao luxo de escolher tirar o curso que queremos pois o mercado de trabalho em certas aéreas encontra-se entupido.
Seria esta uma boa medida para não saturarmos o mercado de trabalho?
Na minha opinião, não. Por um lado, porque não podemos limitar dois direitos dos cidadãos, constitucionalmente protegidos que são a liberdade de aprender (artigo 43º CRP) e a liberdade de escolha de profissão (artigo47º CRP). Por outro, nunca poderíamos forçar uma pessoa a ter ou aprender a ter vocação. Daí que existam imensos cursos, para as várias necessidades da população, alguns que nem sequer ouvi falar, e para as várias vocações.
No entanto, não seria mal pensado, nas escolas secundárias, nomeadamente nos gabinetes de apoio ao estudante (aquele psicólogo que no 9º ano nos indicou as nossas tendências: digo por experiência própria, que não segui a área em que supostamente teria mais vocação. Será que o psicólogo estaria enganado ou fui eu que me enganei na escolha?), que alertassem mais os alunos para a saturação de mercado, dando-lhe alternativas, que poderiam ser interessantes.
Ou seja, em vez das faculdades aceitarem menos alunos, o processo deveria ocorrer muito antes, aquando da nossa formação. Muitos de nós, jovens adultos, ainda não sabem bem a profissão que querem, quanto mais pensar se teremos emprego a seguir. O que proponho é que saibamos educar os nossos jovens de forma a que ele possam ter vontade própria e saber os riscos que correm ao optar por determinado caminho. Acho que quando temos de fazer este tipo de escolhas ainda somos um pouco imaturos, tanto com 14/15 anos, como com 16/17 e aqui o sistema educador tem de ser implacavelmente eficaz.
Por último, digo que não concordo com este tipo de medida porque prefiro que as pessoas estejam no desemprego da área que seguiram (note-se, espero que arranjem trabalho e não estejam no fundo de desemprego) do que ser "servida" por pessoas frustradas, que não realizaram o sonho de ter aquela profissão.

Inês Cabral

publicado por NES-FDL às 23:38
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Quinta-feira, 29 de Novembro de 2007

Tertúlia Virtual


As faltas


Em primeiro lugar,queria pedir desculpas aos leitores do blog por me ter atrasado a "postar" mas as circusntâncias não mo permitiram.
Ora, como todos se devem lembrar a senhora Ministra da Educação resolver propôr que os alunos dos ensinos básico e secundário não chumbassem por faltas.
Desde já manifesto a minha discordância com tal proposta, por vários motivos: em primeiro lugar, se as taxas de pessoas a frequentar o ensino já são baixas, pior irão ficar; por outro lado, como aluna secundária que já fui, isto consiste em mais um motivo para se arranjarem desculpas para não frequentar as aulas; e será que alunos com poucas aulas têm terão a formação necessária para mais tarde ingressarem num curso?
Poucos o saberão, mas o mais grave custo de contexto em Portugal situa-se precisamente na pouca mão-de-obra qualificada que temos no nosso país. E de onde vem esta pouca qualificação?Precisamente porque temos uma preocupante baixa média de escolaridade que se situa nos 8 anos, enquanto a média da ODCE consiste entre 12 a 14 anos.
O custo de contexto consiste (e vou citar a definição jurídica) num obstáculo estrutural, prática, regulamentos(ou ausências destes) ou em custos contrário(a) a uma atmosfera propícia ao investimento. Ora, os custos de contextos reduzem a nossa competitividade, o que significa que Portugal seja um país com várias dificuldades em controlar as despesas públicas.
Ora, em vez de diminuirmos a fraca competitividade que Portugal já tem, deveríamos incentivar cada vez mais cedo os jovens a estudarem e tiraram cursos, na medida do possível, para reduzirmos os custos de contexto e tornarmos Portugal numa "melhor economia" porque o que nós precisamos é de mão-de-obra qualificada para reduzir o tal custo de contexto.
Não é só a nível de escolarização que devemos implantar medidas, mas noutros níveis também.
O facto de não concordar com esta determinada medida não quer dizer que o Governo nada tem feito para minorizar os custos de contexto. De facto, para vos dar um exemplo o diploma das empresas na hora, permitiu reduzir um custo de contexto essencial : o custo "tempo". Esta medida permitiu que não se passassem horas nos serviços públicos e fez com que muitas pessoas não desistissem de constituir empresas, o que é uma mais valia.
Por fim, e novamente repetindo a ideia atrás não creio que seja uma boa medida, porque ao fim e ao cabo só nos vai tornar mais "incultos" e que existam cada vez mais pessoas apenas com a escolaridade obrigatória ou nem isso.
publicado por NES-FDL às 19:04
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Terça-feira, 20 de Novembro de 2007

Tertúlia Virtual


Desafios


A história da educação é muito curiosa. Não é que vá dissertar longamente sobre ela, só que é dos poucos sectores que teve mudanças sucessivas ao longo dos tempos, algumas vezes essas mudanças souberam ser evolução, mas de outras ou se caiu em saco roto ou se regrediu.
Tudo começa com a boa tradição oral. Antes de haver escrita, é mais que natural que assim fosse. Os conhecimentos a transmitir eram de cariz prático, não havia mais que saber. Quando "aparece" a escrita, entra-se na verdadeira História. Começam a relatar-se os factos relevantes, desenvolvem-se as formas de comunicação. Aqui há todo um interesse novo, e alguém teria que se apropriar dele...tocou à igreja. Não é raro vermos os colégios católicos à frente nos rankings dos exames de acesso à faculdade. A tradição, como em quase tudo, aqui, conta muito. Os pedagogos, por excelência, são os Jesuítas e está tudo dito.
Com o advento da república há uma aposta forte no ensino, um ensino público. Depois, tudo não passa da espuma dos dias. Reformas, reformas, reformas...
Hoje, estamos perante mais uma. Bolonha, RJIES...
Cabe-nos, que somos juristas em formação, pugnar pela devida interpretação das leis que sirvam de bases a estas reformas. Há que procurar caminhos para minorar injustiças. Há que defender a "nossa dama" contra entendimentos desfavoráveis à nossa posição.
Recordo-me de, na reunião, levada a cabo na Covilhã, o Ministro Mariano Gago dar uma lição de política a todos os presentes que se preparavam para o confrontar com as polémicas, com os temas quentes de bolonha.
Aos que passam por tudo, aos que, como nós, vivem a reacção à produção de uma lei, nós que passamos por elas, é altura de virar as palavras a nosso favor. Não falo de grandes diplomas, falo de tudo, do RJIES até ao regulamento de avaliação de qualquer estabelecimento de ensino superior.
A última palavra tem que ser nossa.

Duarte Cadete

publicado por NES-FDL às 19:35
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